POR QUE JOGAMOS A CULPA NOS OUTROS SE NOSSAS ESCOLHAS FORAM FEITAS POR NÓS MESMOS?

Estou bem magoada com meu marido, veja bem, ele está sem falar com meu pai e isso deixa meu velho triste por que ele gosta muito do meu marido, pois bem, estava eu tentando fazer a paz reinar quando meu querido marido fala "eu aprendi a ser rancoroso com você", pois é, pasme! 

O que me deixou mais triste nisso tudo é que faz anos que estamos casados, e volta e meia ele me vem com coisas do passado que eu nem lembrava mais, meio que para "jogar na cara", sabe? Isso me deixa muito estressada, por que ele é a pessoa mais esquecida que eu conheço, mal lembra o que acabou de dizer, mas consegue se lembrar de algo de 2017! Além disso, fico me questionando por que as pessoas só absorvem as coisas ruins dos outros? Olhe, meu marido tem muitos defeitos assim como eu, mas eu nem me lembro de ter absorvido algo ruim dele, já o querido vive ressaltando que pegou coisas ruins de mim, por que ele não absorveu minhas qualidades? Por exemplo, eu amo ler, agora pergunta se ele pegou isso de mim? Jamais! 

Falando com minha mãe, ela contou que meu irmão vive falando que só fez certas coisas na vida por causa do meu pai, mas que nunca pegou a coragem dele para trabalhar, a bondade para ajudar os outros. 

Eu tenho plena consciência que várias características minhas são herança dos meus pais, mas pra que vou viver ressaltando isso? Às vezes penso que as pessoas falam esse tipo de coisa "ah sou assim por causa de você" para camuflar ou se convencerem que nada disso é culpa dos outros, somente cabe a pessoa colher as consequências por seus atos. 

Outra situação: meus cunhados estão passando por uma crise conjugal, o marido começou a trabalhar na empresa que outrora a esposa trabalhou, e por lá resolveu sondar como era a vida dela, e acabou descobrindo que certo dia ela pegou carona com um colega e este deu-lhe um beijo na bochecha, e passados meses do ocorrido, minha cunhada nunca comentou com o marido sobre, apenas com sua sogra. Eis que o sogro ouviu a conversa e revelou ao filho o que sabia, isso quando lhe foi perguntado. O resultado foi que o marido se sentiu traído não pelo beijo, mas pela "omissão" da esposa e agora ele quer a separação. Eu penso que esse episódio não é motivo para acabar um casamento, por isso cheguei a conclusão que ele já queria se separar há algum tempo e calhou de achar a oportunidade perfeita. No fim, só queria achar alguém para pôr a culpa. 

Por que fazemos isso? 

PRESSÃO, AMIGOS, TRABALHO E FRUSTRAÇÕES

 Um tempo atrás eu estava pronta para mudar minha vida, ia aceitar uma vaga de emprego em que o salário era bem menor que o meu atual, porém era no meu bairro e o melhor: eu ia finalmente poder sair do meu emprego atual, que eu simplesmente não suporto mais. Só que algumas coisas aconteceram no caminho e acabou não dando certo, eu acabei continuando no meu trabalho, e ainda me sinto muito frustrada. Tive a impressão que tive mais tempo pra pensar e não era uma boa oportunidade, afinal, eu só estava muito desesperada para mudar de emprego. É impressionante as coisas que a gente faz por querer se livrar de uma situação. Meu dinheiro iria diminuir, eu ficaria mais estressada em casa, acabaria descontando no meu marido. Hoje em dia eu me estresso no trabalho e, na maioria das vezes, deixo lá meu estresse. Fico meio chateada por que, às vezes, eu lembro do trabalho em momentos aleatórios. se tivesse um botão na minha cabeça para desligar 100% de lá...

Esses dias atrás eu lembrei da quarta série, tinha um menino lá que era o "nerd", branquinho e usava óculos, ele levava lanche pra escola, e todo mundo ficava olhando, por que lá na escola tinha o lanche ofertado, mas todo dia ele levava uma coisa diferente. As crianças eram bem pobres, eu também, e vê-lo com suas coisinhas "melhores" causava certa inveja. Bom, nessa época ele e eu meio que competíamos para ver quem era o melhor da sala, era meio bobo, mas coisa de criança. Era fácil competir na quarta série. Enfim, no final desse ano ele ganhou uma bolsa de estudos numa escola boa aqui da cidade, que sempre formava grandes profissionais, e nunca mais o vi. Daí no facebook, tive um alerta de uma lembrança e era eu marcando ele numa publicação, numa época que ele ainda tinha conta por lá. Então, curiosa como sou, fui procurá-lo no google, e acabei descobrindo que agora ele é advogado. Sabe aquela sensação de frustração? Não, eu não desejo o pior pra ele, só que a gente competia na escola, e agora ele está bem sucedido e eu aqui tentando sair do meu emprego, mas sem poder por que preciso do salário pra pagar minhas contas. A faculdade que eu fiz não dá dinheiro, e eu não posso iniciar outra agora por que meu  orçamento está apertado. Então sim, eu me senti um zero a esquerda. Falei pra minha mãe, e ela disse "ah mas pelo ao menos você fez faculdade, e a fulana lá que só fez o ensino médio", sei que ela tenta me ver melhor do que eu sou...

Também esses dias atrás o instagram deu alerta de uma lembrança, era de um dia que fui no parque com mais duas amigas. Lembrei que já vai fazer um ano que não tenho contato com uma delas, por que ela não poderia ir num encontro com a gente, na noite anterior havia ido numa festa e ficou bêbada por lá, e não conseguiria vir a tempo. Fiquei muito chateada que falei "que eram as prioridades dela, que a gente estava se virando nos trinta para o encontro dar certo, e ela poderia muito bem não ter ido na festa, afinal, ela vai em muitas durante a semana, e a gente só se encontrava em algumas vezes no ano", daí ela respondeu "me desculpa, é que a festa era entrada grátis, e eu estava sem dinheiro, não podia perder", ai acabou por ai...Ela não falou mais comigo, e eu também não falei mais. Esses dias comentei com a terceira amiga, e ela falou "sinceramente, eu estou tão sem tempo que nem consigo sofrer por ela". Foi meio que um soco no estômago, eu queria muito deixar pra trás as coisas, mas me lembro de cada coisa aleatória...

Tem hora que a vida é muito louca. Quase trinta anos de idade e pareço não sair do lugar. 

COISAS QUE ME DÃO VONTADDE DE ESCREVER

 Eu sempre amei escrever, quando era adolescente escrevia muito, desde poemas com rimas duvidosas até meus pensamentos mais profundos. De uns tempos pra cá, eu venho passando por muitas crises existenciais, como consequência, a minha vontade de escrever não existe mais com tanta frequência. Porém, existem determinadass coisas que me fazem querer escrever  um livro mais grosso que It a coisa, atualmente é a série Sexy And The City, neste momento eu me sinto a própria Carrie escrevendo em sua coluna (risos). 

Uma vez assisti a um filme chamado "Meia Noite em Paris", nossa, logo depois que terminei quis correr pro meu antigo perfil no Nyah! Fanfiction e começar uma nova história. Aliás, Paris sempre me inspira, sabe, tem um livro que eu sempre quis ter a trilogia completa, por que quando era mais nova apenas tinha lido em um site free, o livro chama "Morra por Mim", se passa em Paris também. É claro que quando consegui possuir os três livros, fui reler a histórias e as lembranças que eu tinha eram melhores, nada que estragasse a história, é que quando ficamos mais velhos acabamos nos tornando mais críticos. 

Ler livros, no geral, me fazem querer escrever muito, amo ler, mas me sinto culpada lendo livros para o meu prazer quando deveria estar estudando, por exemplo...

Mesmo não podendo ler ou escrever da forma que eu quero, amo ver coisas que me inspiram. 

ATÉ QUE PONTO ESTAMOS DISPOSTOS A MUDAR?

 Eu devia estar contente

Porque eu tenho um emprego

Sou o dito cidadão respeitável

E ganho quatro mil cruzeiros por mês

Este é um treco da música "Ouro de Tolo" do Raul Seixas. Sempre que eu ouvia essa música, quando mais nova, a achava muito interessante. O sentimento de descontentamento do eu lírico sempre me intrigou, mas conforme fui crescendo e vivenciando muitas coisas, comecei a entender. 

Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso, abestalhado
Que eu estou decepcionado

Um tempo atrás comentei com a minha mãe " por que parece que algumas pessoas na vida conseguem as coisas tão mais rápido que eu? Como aquela moça do interior que veio pra cidade grande com os filhos e já conseguiu comprar casa, carro. E eu consegui comprar um carro agora, financiado e todo cheio de problema por que eu não entendo nada de carro..." Daí minha mãe falou algo como "Pra você parece que foi rápido, mas pras pessoas que estão vivendo demorou e foi sofrido.". 

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto: E daí?
Eu tenho uma porção
De coisas grandes pra conquistar
E eu não posso ficar aí parado

Eu estava há cinco anos num trabalho que me dava relativa estabilidade, um cargo efetivo, e eu trabalhei muito nesses cinco anos. Quase não faltei, a não ser quando estava muito ruim, e quando ia doar sangue era sempre um dia que não atrapalharia o andamento do meu setor. E mesmo assim, não estava bom. Nos últimos dois anos eu comecei a me sentir sobrecarregada, teve uma época que eu estava deitada na cama prestes a dormir quando me lembrava de algo urgente que tinha que fazer no dia seguinte. Tinha dias que eu quase perdia a hora, de tanta coisa pra fazer. E mesmo assim, ainda não estava bom. 

Para algumas pessoas o meu trabalho era facilmente descartado, já que quando chegava lá na frente acontecia qualquer coisa, mudar um número, uma especificação e eu tinha que refazer tudo. Isso foi me matando, e tudo isso pra que? Um salário relativamente maior que o resto das pessoas, não tinha nenhuma vantagem, nenhum vale alimentação, nenhuma ajuda de custo. Era, como se diz, seco. 

Eu tinha um colega de setor que no começo eu o odiei, era uma pessoa muito estranha, tinha umas brincadeiras bestas, um humor que não combinava comigo, e me tratava mal com a desculpa que estava só brincando, mas como eu ia saber se mal o conhecia? No começo eu sentia que ele era o "principal" do setor, tudo que era importante ia pra ele, eu me sentia mal, queria trabalhar e mostrar que eu era capaz, até que, não sei quando, eu me tornei a principal, e não era bom. O meu chefe só sabia cobrar, literalmente só assinava papel e eu fazia o trabalho. O meu colega começou a parar de fazer, só me ajudava se eu pedia, não existia mais divisão de trabalho. Enquanto isso, outras pessoas por terem contatos já entravam ganhando bem mais que eu, e não trabalhavam um terço. 

No meu primeiro dia lá foi péssimo, era uma energia ruim. Gente estranha que me achava mais estranha ainda, me julgavam, me tratavam mal. Foi péssimo, cheguei em casa e chorei, falei que não voltaria mais. Meu marido falou pra eu tentar mais um pouco, um mês, dois meses. E assim eu permaneci por cinco anos.

Algumas semanas atrás eu não aguentei, me senti tão farta que saí da sala e fui chorar, desabafei com meu marido, falei que não aguentava mais tudo aquilo, e ele disse pra eu ter calma que assim que as contas diminuíssem eu poderia sair. Foi a partir daí que eu comecei a procurar vagas de empregos só por curiosidade para saber se eu teria alguma chance de achar um emprego com um salário minimamente decente. E eu achei um. Agora estou nos preparativos para começar num novo emprego, mesmo cheia de dívidas, que fui fazendo ao longo desses anos. Falta de controle financeiro, mas agora eu preciso mudar. Vou receber menos, mas terei algumas vantagens que no outro não tinha, como, por exemplo, trabalhar perto de casa, poderei ir de bicicleta e vir pra casa na hora do almoço, poderei fazer academia de manhã cedo e ficar a noite livre. O desconhecido me assusta, mas o conhecido me deprime. Não sei o que esperar desse novo emprego, mas não quero acabar triste como a música do Raul. 

Eu queria que algumas pessoas de lá, do meu futuro ex emprego, tivessem força de vontade de vontade pra mudar. Tem uma menina que trabalha no setor ao lado, ela entrou junto comigo. Ela tem uma formação melhor que a minha, e realmente não precisa do salário pra sobreviver como eu, ela trabalha mais pra ter independência financeira, mas isso custa caro pra ela. A chefe dela é horrível, uma pessoa egocêntrica, grossa e estupida que fala mal dela pelas costas, briga com ela a todo momento, e mesmo essa menina aguenta. Ela me disse uma vez que as pessoas se acomodam. É tudo o que eu não quero. Eu preciso de mudanças. Estou disposta e quero o melhor. 

Por que é tão difícil gostar de coisas novas?

 Ao longo dos meses venho ouvindo as mesmas músicas e querendo ver sempre os mesmo programas. Por exemplo, agora mesmo estava revendo um dorama que já assisti inteiro três vezes. Ontem, depois de meses conseguir terminar de ver um dorama que para mim era inédito. Ultimamente venho percebendo que é muito difícil para mim gostar de coisas novas. Todos os dias escuto as mesmas playlist com as mesmas músicas de sempre, que já sei de cor. Queria entender por que isso...

Eu sempre gostei de ver coisas novas, conhecer tudo que tinha para conhecer, e agora a mesmice me conforta. Esse conforto eu sinto agora vendo esse dorama que citei, pela quarta vez, eu já sei todos os conflitos, sei as músicas e as emoções, e mesmo assim, eu amo!

Vai entender né...

A vida adulta e suas tarefas cotidianas

 Na semana que passou fiz muitas coisas e nada muito relevante para a humanidade ahahaha. Me sinto muito cansada hoje, sábado a noite, sabendo que segunda já bate na porta. 

Durante a semana fui duas vezes de manhã na academia fazer cardio a fim de melhorar meus resultados na musculação. Treino desde setembro de 2022, é claro que nos primeiros dois meses foi mais para me adaptar, mas acabei gostando de ir. Ao longo desse tempo eu perdi 7 kgs, fiquei muito feliz quando parei para perceber isso. Nos últimos três meses venho fazendo acompanhamento com o personal da academia, no curto prazo não tenho tido muita evolução. Porém, não me sinto decepcionada. Houve um tempo que mesmo eu estando acima do peso, ainda me sentia bem e bonita, só que depois de experimentar roupas que gostava e elas não me servirem, percebi que precisava mudar, por isso comecei a ir treinar. 

Bom, além desses dois dias de cardio que fiz de manhã, de terça a sexta fui a noite fazer musculação. O auge foi na quinta-feira em que eu fiquei SIMPLESMENTE 2h30min para concluir um baita treino que tinha peito, ombro e tríceps. É, cheguei quebrada em casa.

Em todos esses dias, é claro, fui trabalhar. Meu trabalho é mais mental, tenho que lidar com algumas pessoas aqui e ali, mas fisicamente não exige muito de mim. 

E hoje, sábado, passei metade do dia lavando roupa, e agora estou aqui escrevendo pensando no cardápio da semana, pois eu levo marmitas para o trabalho e faço tudo no domingo para poupar tempo durante a semana. 

Ainda tive tempo de ter uma preocupações financeiras, imposto de renda, etc. 

No fim, fiz muita coisa, mas nada que me divertisse muito.

É, ser adulto é isso também: rotina. 

AS DIFERENTES PERCEPÇÕES DO TEMPO

 Hoje, conversando sobre idade percebi como as pessoas vivem realidades diferentes apesar de ter a mesma idade. Veja bem:

- minhas mãe tem 44 anos de idade, a filha mais velha dela tem 25 anos, e o mais novo tem 18 anos. Ela terminou o ensino médio com uns 35 anos, e concluiu o ensino superior aos 44 anos;

- meu chefe tem 42 anos, pouca diferença para minha mãe. A filha dele tem 4 anos de idade, e ele não terminou o ensino superior, mas por falta de interesse, já que sempre teve condições de vida boa. 

Fazendo esse paralelo, consigo perceber que enquanto meu chefe curtia a vida com seus vinte e poucos anos, minha mãe já era dona de casa e mãe.  

Quando penso sobre mim em relação aos outros da minha idade, às vezes me sinto triste, pois parece que eu não saio do lugar na mesma velocidade que os outros. As pessoas que eu conheço da minha idade já conquistaram tantas coisa. Só que se eu for fazer essa comparação com a minha mãe, já muda o parâmetro. Aos 25 anos ela tinha outras preocupações, que eu não tenho.

Enfim, um devaneio.  Cada um tem seu tempo, mesmo que tenha a mesma idade.